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Ex-secretário de Meio Ambiente de Canela volta a ser preso

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O ex-secretário de Meio Ambiente de Canela, Jackson Müller, voltou a ser preso na manhã da última  sexta-feira (1º) durante nova fase da Operação Caritas, que apura esquema de corrupção em parte do poder público no município. O ex-secretário foi detido na casa dele, em Novo Hamburgo.
O Delegado Heliomar Franco, Diretor da Delegacia Regional de Gramado, que supervisionou a operação policial, informou que o investigado teve sua prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário a pedido da Polícia Civil de Canela, no curso de inquérito policial que apura crimes praticados na Secretaria Municipal do Meio Ambiente. O suspeito, que já havia sido preso anteriormente na 8ª fase da Operação Caritas, realizada em 19 de maio deste ano, teve sua prisão decretada para a garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o investigado atrapalhava o inquérito policial ainda em andamento, forjando fatos e intimidando testemunhas. Ainda em nota, Heliomar referiu que o investigado chegou a simular o arrombamento de sua própria residência, contratando criminosos de alta periculosidade, inclusive com vínculos de dentro do sistema prisional, para levar de sua casa computador, HDs e armas de fogo, posteriormente fazendo manifestações públicas no sentido de que a Polícia Civil pouco ou nada tinha feito para investigar o fato. Interrogado pelos policiais em Novo Hamburgo, o suspeito pelo arrombamento confirmou ter sido contratado por R$ 15 mil para a simulação do crime, tendo levado da moradia um computador, seis HDs e duas armas de fogo. Ainda segundo as investigações policiais da Operação Caritas em Canela, o suspeito, que já exerceu cargo junto ao alto escalão da Secretaria do Meio Ambiente, intimidava servidores da pasta, tendo sido registrada ocorrência policial sobre os fatos.

 

Ainda segundo a PC, Jackson Muller estava promovendo diversos ataques à investigação, tentando desmerecer o trabalho realizado na Operação Caritas. O juiz Vancarlo Anacleto, da 1ª Vara Judicial de Canela, responsável pelo processo judicial, escreve em sua decisão que decreta a prisão de Jackson, na sexta (01):

Evidentemente, ao suspeito e seu advogado cabe o exercício amplo da defesa e do contraditório. No entanto, para obtenção de informações e documentos oficiais do Município de Canela, o procedimento adequado, como é do conhecimento básico do procedimento processual penal, é solicitar à Autoridade Policial ou ao juiz do processo a expedição de ofício para requisição de tudo o que entender a defesa ser pertinente. Jamais se pode admitir, ainda mais sob a vigência de medida acautelatória diversa da prisão, o procedimento do acusado.

Independente da entrevista coletiva que convocou e dos ataques infundados à atuação policial, já que sua estratégia de defesa não pode ser questionada, fato é que os elementos presentes acrescem a tal comportamento um padrão de personalidade voltada para prática delitiva, somada à crença da impunidade.

 

“Percebam a gravidade de situação, dar acesso a, pelo menos, duas armas, para um indivíduo de grande periculosidade, com antecedentes por roubo e homicídio e com ligações com os comandos dos presídios e facções”, disse o delegado Heliomar.

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